Entenda o tributo que vai substituir o PIS e a Cofins e transformar a tributação sobre o consumo
Olá, amigos!
Dando continuidade à nossa série “Entendendo a Reforma Tributária na prática”, hoje vamos aprofundar na CBS (Contribuição Social sobre Bens e Serviços), o tributo federal que promete transformar a tributação sobre consumo no Brasil.
A CBS foi criada para substituir o PIS e a Cofins, dois tributos federais historicamente complexos e com regras diferenciadas que geravam dúvidas frequentes entre empresas de todos os portes. Com a CBS, o governo federal busca simplificação, transparência e previsibilidade, seguindo o modelo internacional de IVA (Imposto sobre Valor Agregado).
O que é a CBS e por que ela é parte central da Reforma Tributária
A CBS incidirá sobre bens, serviços e direitos, cobrindo operações realizadas tanto no mercado interno quanto em importações. Isso significa que praticamente todas as transações ligadas ao consumo estarão dentro do alcance do tributo.
O objetivo principal da CBS é simplificar a tributação federal sobre consumo, substituindo as regras complexas do PIS e da Cofins por um modelo mais direto e transparente. Com isso, espera-se reduzir disputas fiscais, facilitar o cumprimento das obrigações e melhorar o ambiente de negócios.
Principais características da CBS: simplificação e transparência
- Não cumulatividade: A CBS segue o princípio da não cumulatividade, ou seja, quando uma empresa paga imposto em uma etapa da cadeia produtiva, esse valor gera um crédito que pode ser usado na etapa seguinte. Isso evita o chamado “efeito cascata”, onde o imposto seria cobrado repetidamente sobre o mesmo produto ou serviço.
- Cobrança por valor agregado: O tributo incide apenas sobre o valor que foi adicionado ao produto ou serviço em cada etapa da produção ou comercialização. Assim, se uma empresa compra um insumo por R$ 100 e vende o produto final por R$ 150, a CBS será calculada sobre os R$ 50 de valor agregado, e não sobre o total.
- Base de cálculo clara: A CBS será calculada sobre o preço da operação, sem incluir o próprio imposto dentro desse valor. Isso significa que o cálculo será “por fora”, garantindo mais transparência e evitando que o imposto incida sobre ele mesmo.
- Transparência: As regras para créditos e débitos serão mais simples e padronizadas, permitindo que as empresas tenham maior previsibilidade e possam planejar melhor sua gestão tributária. Isso reduz riscos de erros e contenciosos fiscais.
Como será feita a cobrança da CBS: incidência e créditos tributários
A CBS será um tributo federal, administrado pela Receita Federal, mas funcionará de forma integrada ao novo modelo do IBS, que é estadual e municipal. Isso significa que, embora seja um imposto da União, ele seguirá a lógica do sistema unificado, trazendo mais simplicidade.
- Incidência ampla: A CBS será cobrada em todas as etapas da produção e comercialização, garantindo que cada fase da cadeia produtiva contribua apenas sobre o valor agregado.
- Direito a crédito amplo: Empresas poderão aproveitar créditos sobre insumos utilizados em atividades que geram receita, reduzindo o impacto do imposto e evitando o efeito cascata.
- Maior previsibilidade nos preços: Com regras claras e padronizadas, será mais fácil calcular o imposto e planejar custos, o que melhora a gestão financeira e reduz riscos.
Além disso, com a unificação do PIS e Cofins, o governo espera:
- Diminuir contenciosos fiscais (menos disputas judiciais).
- Melhorar o ambiente de negócios.
- Reduzir custos administrativos para empresas.
CBS e Simples Nacional: o que muda para micro e pequenas empresas
Micro e pequenas empresas terão um regime simplificado para não aumentar a complexidade:
- Cobrança integrada: A CBS não será calculada separadamente, mas fará parte do regime unificado do Simples Nacional.
- Menos burocracia: Pequenos empreendedores não precisarão lidar com cálculos complexos nem adaptar sistemas de forma extensa.
- Regras específicas na LC 214/2025: A lei prevê formas simplificadas de recolhimento e apuração para essas empresas, garantindo que o novo modelo não prejudique quem está no Simples.
Para empresas do Lucro Real e Lucro Presumido, será necessário adaptar sistemas e processos para apurar a CBS conforme as regras gerais.
Setores com regimes especiais na CBS: saúde, transporte, finanças e exportação

💡 Exemplo prático: Uma instituição de ensino poderá aplicar uma alíquota menor sobre mensalidades, mas precisará manter registros detalhados para aproveitar créditos tributários sobre serviços e insumos utilizados.
Tabela comparativa: PIS/Cofins x CBS – o que muda com o novo tributo federal
Hoje, PIS e Cofins formam um sistema fragmentado, com regras complexas e alta insegurança jurídica. Com a CBS, tudo será unificado, trazendo simplificação, previsibilidade e transparência, além de reduzir custos administrativos e disputas fiscais.

Cronograma da CBS: quando entra em vigor o novo tributo federal
A implementação da CBS será gradual, acompanhando o ritmo do IBS.

Durante esse período, o governo supervisionará a neutralidade da carga tributária, garantindo que a soma da CBS e IBS não ultrapasse a média dos tributos substituídos.
Impactos da CBS para empresas e governo
Para empresas
- Menos burocracia: Com a CBS, haverá redução de obrigações acessórias e eliminação de declarações duplicadas, tornando o cumprimento das regras mais simples.
- Redução de contenciosos fiscais: As regras para créditos e débitos serão mais claras, diminuindo disputas judiciais e insegurança tributária.
- Previsibilidade: Empresas poderão planejar melhor seus custos e precificação, já que a carga tributária será mais transparente e estável.
- Melhoria no ambiente de negócios: A simplificação do sistema aumenta a competitividade e garante maior segurança jurídica, atraindo investimentos.
Para governo
- Eficiência na arrecadação: Com automação e rastreabilidade das operações, o recolhimento será mais rápido e seguro.
- Controle mais transparente: A tecnologia permitirá reduzir fraudes e sonegação, garantindo maior confiabilidade nos dados.
- Integração com IBS: A CBS funcionará de forma harmonizada com o IBS, mantendo neutralidade na carga tributária sobre consumo.
Como as empresas devem se preparar para a chegada da CBS
Apesar da simplificação, as empresas precisam se preparar para mudanças importantes:
- Atualização de sistemas ERP e emissão de notas fiscais: Adequar os sistemas para calcular e registrar a CBS corretamente.
- Revisão de contratos, preços e margens: A nova tributação pode impactar custos, exigindo ajustes nos valores praticados.
- Treinamento de equipes contábeis e fiscais: É essencial entender a lógica da não cumulatividade e do split payment para evitar erros.
- Acompanhamento das regulamentações complementares: Setores específicos terão regras próprias para alíquotas e créditos.
- Simulações e testes em 2026: Emitir notas fiscais de teste ajudará a calibrar sistemas e garantir conformidade.
💡 Dica prática: Empresas que atuam em múltiplos estados devem criar controles detalhados para cada operação, garantindo aproveitamento correto dos créditos e evitando inconsistências.
A CBS representa um marco na modernização da tributação federal no Brasil. Ao substituir PIS e Cofins, ela cria um sistema mais simples, transparente e previsível, reduzindo complexidades históricas. Empresas que se anteciparem — atualizando sistemas, capacitando equipes e realizando simulações — estarão preparadas para colher os benefícios: menos burocracia, menor custo administrativo e maior competitividade. Integrada ao IBS, a CBS fortalece um ambiente de negócios mais justo e eficiente, com governança centralizada, automação e segurança jurídica.
A JRC acompanha de perto as mudanças da Reforma Tributária, e oSysFAT já está em fase de testes com os novos impostos da Reforma Tributária. Simule cenários, teste notas fiscais e prepare sua empresa para 2026 antes da cobrança oficial.
Vamos juntos criar um mercado mais transparente, seguro e inclusivo — até que todos ganhem, e ganhem sempre!
Até Logo!😉
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